Não te iludas comigo:
apenas brinco de palavras e sentimentos.
Sou ainda uma criança, com corpo de mulher,
que gosta de correr descalça na terra poeirenta
e ver os grilos sair da toca.
Não te iludas comigo:
são só jogos de palavras e sopas de letras
que teço no soletrar das encruzilhadas.
Não te iludas comigo:
manejo a enxada e embalo as sementes
nos sulcos que cubro de terra húmida,
camada após camada.
Não te iludas comigo:
todos, com quem brinquei,
não se sabiam perdidos no jogo da apanhada.
É a tua vez de contar: 1,2,3,4,5,...
Então?
Já descobriste que é para nunca me caçar?
Onde estou?
(Conceição Sousa)
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