e deixar esse sentimento apoderar-se de mim,
é como que apontar uma pistola à cabeça e cometer suicídio.
Por isso, prefiro pensar que não me conheces,
que não me vês,
que não me escutas,
que não me cheiras,
que não me sentes,
que nunca me tiveste,
que sou ninguém.
E, se não me sabes, é impossível dizeres: viva a sua vida normalmente.
Porque, se me soubesses,
nunca terias dito semelhante barbaridade,
a não ser que me quisesses morta
( ou que não me quisesses de maneira nenhuma...tu percebes!).
Eu vivo a minha vida sim, mas é tudo menos normal.
O normal causa-me vómitos,
o normal é o hipócrita,
o normal é o politicamente correcto,
o normal não sou eu,
o normal é o outro: é sempre o outro
( nem que esse outro seja um eu, e eu, para ele ou ela, seja um outro: normal).
Abreviando: não me sabes, sou um erro de diagnóstico para ti -
e, cá entre nós, muitas vezes fingi...
( não te preocupes que não conto a ninguém; pois, como é que ninguém pode contar algo a ninguém?).
És ainda um desafio - isso que está dentro de ti.
Convém é que não subestime a inteligência normal do outro.
(Conceição Sousa)
Convém é que não subestime a inteligência normal do outro.
(Conceição Sousa)
Sem comentários:
Enviar um comentário