Não receies pôr termo a um antes. Não te acomodes ao que te habituaram, ao que te habituaste. Se te faz sofrer, se te dói, se te faz chorar, se te sentes constantemente a amargar, se te impingem um continuo e decadente estar, sem direito ao mais ínfimo sorriso nem horizonte mais adiante, sê implacável: decapita-o, dá-lhe o teu fim. Respira fundo. Começa um agora diferente, mesmo que desconhecido, mesmo que imprevisível, não será de todo o antes doente. Arregaça as mangas, mergulha na queda do caos ( saída?), aos poucos orienta-te, e sorri: és, finalmente, dono de ti. Vive o que não sabes, pois o que te dão a saber é sabor de morte, é morrer. Vive sem olhar à farsa da construção oca que te querem fazer acreditar, vive o pouco ou muito que te resta sem temer as tuas escolhas. Pensa bem? Quanto tempo da tua vida entregaste nas mãos deles? E para quê? Quanto tempo precisas mais para perceber que se lambuzam com a tua vida? Não será já hora de a reaveres? Ou quererás entregar o resto do teu tempo sem de verdade te conheceres? A questão é: morres agora para morrer ou morres agora para viver?
(Conceição Sousa)
(Conceição Sousa)
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