Quem conhece uma pérola (produto magnífico de dor, resultante da invasão de uma substância estranha ou indesejável ao interior da ostra), não abre mão dela. É normal. É normal que dê luta, pois se lhe sabe, a pérola, não vai privar-se do sorriso, da sensação de formigueiro, que lhe causa o brilho do fruto do trabalho do nácar - a substância que protege a ostra ferida, e, em camadas, cobre o motivo da dor, transformando-a em pérola.
Fere-me, querido! Fere-me, amor. Quanto mais me feres, mais o meu brilho irradia em redor. E tu, que és a causa da minha dor, fazes com que o meu nácar me cubra em camadas de luz, e me proteja, na ostra que sou, para que quem me encontre, de cada vez que me encontra, sorria perante tanta beleza, e me mostre ao mundo como algo raro e valioso, com toda a certeza.
Fere-me, querido! Fere-me, amor. Quanto mais me feres, mais o meu brilho irradia em redor. E tu, que és a causa da minha dor, fazes com que o meu nácar me cubra em camadas de luz, e me proteja, na ostra que sou, para que quem me encontre, de cada vez que me encontra, sorria perante tanta beleza, e me mostre ao mundo como algo raro e valioso, com toda a certeza.
(Conceição Sousa)
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