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domingo, 4 de novembro de 2012

Saber que me veneras
no pensamento que se recusa a desocupar-se de mim...
que nem sequer sabe já o que é ser pensamento
(ora pensa lá bem!)
sem a minha voz,
sem a minha tez,
sem o meu sorriso,
sem a minha lágrima,
sem o meu calor,
sem a minha dor,
sem o meu "bom dia!",
sem o meu fechar de pálpebras,
sem este olhar que é meu
e em ti está preso;
e o último sopro,
esse que a mim pertence,
esse que sei que é meu,
e que já nem to peço: mereço?
Liberta-te, vá!
Liberta-te, se tens coragem.
Já to disse e repito:
estás preso.

(Conceição Sousa)

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