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sábado, 3 de novembro de 2012

Não sei mais o que fazer
Com tanto amor…
Transborda em te querer,
Em te chorar,
Em te sorrir e abraçar.
Não sei mais que fazer
Com tanto amor, meu amor.
É lágrima que se não esconde,
É dor que se não morre,
É enlevo que se não cai,
É aperto que se não vai.
Não sei mais o que fazer
Com tanto amor…
Escorre de fé no outro,
Ataca a tez da morte,
Massacra o fel do tempo,
Aspira à luz da sorte
E amua a cada passo,
Foge a cada sopro,
Amarga no embaraço,
Sorri à voz de um louco: ouço?
Não sei, não sei mesmo,
O que fazer com tanto amor,
Meu agri-doce desertor.
É uma cruz insuportável
De carregar: quando sinto
Que também te dói,
Que também te doo,
Há o impulso de não te amar.
É assim que te gosto,
Sem de verdade te gostar:
O nosso estar.
Não sei mais o que fazer
Com tanto amor, meu amor.
Não me ensinaste a te perder,
A não te sonhar.
Deixa-me -  não te amar.
 
(Conceição Sousa)
 

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