Número total de visualizações de páginas

43782

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sempre que abraço um de meus filhos,
paro o tempo no olhar do seu rosto,
ensurdeço para o mundo
ao escutar tão somente e apenas a sua voz:
o eterno segundo.
Deslumbrada, de todas as vezes, contemplo a felicidade,
e não deixo, por muito que queira, assolar-me a saudade.
Balbucio, no exacto instante, para mim própria,
mil outros instantes;
e pré-formato a minha futura memória
para que me recorde,
quando o adeus chegar,
deste apertado abraço,
e me carregue ao colo
do último sopro este divino olhar:
o de meus filhos a me abraçar.
Sorrio.

(Conceição Sousa)

Sem comentários:

Enviar um comentário